Sumário das reuniões PARinAC mais
importantes
visando melhorar a Protecção e Assistência
Social/Emergência
de Requerentes de Asilo e Refugiados em Portugal1
I. OBJECTIVOS2
Criar um enquadramento base para consultas, troca de informação
e coordenação, procurando um melhor entendimento e
uma aplicação harmonizada das novas regras do processo Europeu/Schengen,
à luz dos princípios de protecção internacional
de refugiados, tendo-se estabelecido:
-
Consultas directas, mecanismos e métodos de cooperação
entre as autoridades competentes e as ONGs, nomeadamente o Conselho Português
para os Refugiados (CPR) e a Assistência Médica Internacional
(AMI), na protecção e assistência quotidiana aos refugiados;
-
Abordagem harmonizada e elaboração de elementos para
a revisão da lei de asilo, e para a recepção e tratamento
dos refugiados em Portugal; um trabalho alargado e construtivo do Grupo
de Trabalho, de Março a Novembro de 1996 e admissão da
actual Proposta de Lei 97/VII, de 15 de Maio, para debate/aprovação
na Assembleia da República após as férias de Verão
de 1997.
-
Divulgação em todo país e formação/ensino
do direito e política de refugiados, ao nível prático
e universitário.
II. SUMÁRIO
1. 21 de Março de 1995 (Delegação Lisboa)3
A primeira reunião PARinAC em Portugal, também para festejar
o início da Primavera, centrou-se no Processo de Harmonização
Europeia de Asilo, especificamente no que se refere às Garantias
Mínimas dos Procedimentos de Asilo e a noção/aplicação
de "países terceiros seguros". O Conselho Português para os
Refugiados (CPR) e a Amnistia Internacional (AI), conjuntamente com o ACNUR,
efectuaram intervenções sobre esta questão. Após
a reunião, seguiu-se um almoço de trabalho nas instalações
do ACNUR.
2. 17 de Abril de 1995 (Delegação Lisboa)
Nesta reunião, começou a participar o Serviço
de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) representado pela Dra. Maria Fernanda
Cardoso, Directora do Serviço de Estrangeiros e o Dr. Jorge Portas,
Director da Divisão de Refugiados. Esta reunião procurou
que se criasse um ambiente de confiança entre as autoridades competentes
e as ONGS que trabalham nesta área e que se estabelecessem mecanismos
de cooperação e de consultas para lidar com as questões
de asilo e refugiados em Portugal, nomeadamente quanto à implementação
de Schengen que teve início em 26 de Março de 1995, o problema
de pedidos múltiplos de asilo, redes de imigração
ilegal e casamentos de "conveniência" de requerentes de asilo.
3. 23 de Maio de 1995 (Delegação Lisboa)
Esta reunião centrou-se na harmonização de asilo
na UE e no espaço de Schengen, bem como na inventariação
da aplicação da Lei de Asilo portuguesa. Fez-se representar
pela primeira vez nesta reunião o Ministério da Administração
Interna, na pessoa da Dra. Inês Menezes - Adjunta do Secretário
de Estado da Administração Interna, para além do SEF.
O Director da OIM também foi convidado, tendo feito uma intervenção
sobre o trabalho da OIM noutros países europeus no que se refere
ao tratamento de pedidos de asilo recusados.
4. 19 e 21 de Junho de 1995 (Delegação Lisboa)
Tratam-se de reuniões preparatórias para a Reunião
Internacional de Especialistas sobre o Asilo em Portugal, com início
nos finais de Maio, e que, numa base trilateral, entre o Governo, ONGs
e ACNUR, se realizaram ao longo destes dois dias como o objectivo de analisar
e determinar conjuntamente as áreas da Lei de Asilo vigente que
necessitavam de revisão. Daí resultou um Documento de Trabalho
Conjunto, preparado pelo ACNUR e pelo Governo Português, em cooperação
com o CPR e outras ONGs. Este documento constituiu um elemento chave para
o sucesso da Reunião Internacional de Especialistas e posterior
elaboração da revisão da lei.
5. 29 de Junho de 1995 (Fundação Gulbenkian)
A Reunião Internacional de Especialistas sobre o Regime Jurídico
de Asilo em Portugal, organizada conjuntamente pelo ACNUR e pelo Governo,
em cooperação com o CPR, realizada na Fundação
Calouste Gulbenkian em 29 de Junho de 1996, a que assistiram 150 pessoas
e cujo objectivo principal consistia em chegar a um consenso sobre as áreas
de revisão consideradas indispensáveis. Assim, decidiu-se
como necessário:
-
Avaliar o impacto da implementação da Lei de Asilo
Nº 70/93 de 29 de Setembro e revisão simultânea dos artigos
e aspectos que beneficiam de clarificação, alteração
ou supressão.
-
Explorar e desenvolver uma forma legalmente legítima de tratamento
dos casos enquadrados em processo normal e acelerado em sede de recurso
e da sua consonância com os padrões de harmonização
estabelecidos na União Europeia4,
o que é urgente, considerando que mais de 90% dos pedidos de asilo
são considerados manifestamente infundados.
-
Recomendar o estabelecimento de centros de acolhimento para requerentes
de asilo, tanto nos postos de fronteira como dentro do país, para
facilitar o contacto e notificação, sobretudo em casos manifestamente
infundados nos processos acelerados e clarificar o apoio social regulado
nos artigos 35º, 36º e 37º .
-
Propor que seja preparada uma regulamentação específica
no tocante à aplicação do Acordo e da Convenção
de Aplicação de Schengen no contexto nacional.
6. 27 de Setembro de 1995 (Delegação Lisboa)
Ao longo do dia realizaram-se três reuniões preparatórias
para a Mesa Redonda, organizada pela ACNUR, sobre o Segundo e Terceiro
Pilares para a revisão do Tratado da União Europeia, bem
como sobre a Revisão da Lei de Asilo. O primeiro grupo de
trabalho sobre asilo e imigração reuniu-se na Delegação
do ACNUR em Lisboa, o segundo sobre estrangeiros de países
terceiros, racismo e xenofobia reuniu-se nas instalações
da Obra Católica Portuguesa das Migrações em Lisboa,
o terceiro grupo de trabalho sobre direito humanitário e
diplomacia preventiva reuniu-se na sede da Cruz Vermelha Portuguesa.
7. 17 de Outubro de 1995 (Cruz Vermelha)
A Mesa Redonda sobre a Conferência Intergovernamental de 1996
(CIG'96) e Revisão da Lei de Asilo em Portugal desenrolou-se num
só dia. A sessão da manhã foi dedicada à análise
profunda das propostas do Parlamento Europeu sobre a revisão do
Segundo e Terceiro Pilares, sobre xenofobia e racismo, sobre o apoio concreto
da UE para uma melhor consecução dos direitos humanos nos
Estados ACP e diplomacia preventiva, a qual foi apresentada pelo Membro
português do Parlamento Europeu, Dr. Barros Moura. A sessão
da tarde centrou-se no asilo em Portugal e situação dos refugiados,
tanto na perspectiva jurídica como no apoio social, o que permitiu
uma primeira troca de opiniões aprofundadas entre o Ministério
da Segurança Social/Centros Regionais de Segurança Social
e as ONGs que trabalham nesta área. Estes debates revelaram por
um lado, que as autoridades estão cada vez mais dispostas a recorrer
à cooperação e apoio das ONGs, por constituírem
um contributo útil e positivo para o Estado nesta área, e
revelaram, também, uma consolidação do trabalho das
ONGs no sector humanitário.
8. 19 de Dezembro de 1995 (Delegação Lisboa)
Nesta reunião comemorou-se o processo PARinAC baseado em três
pilares (com a participação do Governo português, ONGs
e ACNUR), tal como previsto na Declaração de Oslo e no Plano
PARinAC de Junho de 1994, em que se encoraja o alargamento de actores no
campo humanitário, abrangendo também os governos.
Os pontos em discussão eram os seguintes: (1) Revisão
das questões de 1995 relacionadas com o asilo e os refugiados em
Portugal, (2) Conclusões de estudos e consultas efectuados em 1995,
(3) Plano de actividades para 1996, (4) Questões de interesse, nomeadamente
o Conselho Europeu em Madrid, nesse mês, e em que, numa outra reunião,
a Alta Comissária das Nações Unidas para os Refugiados,
Professora Sadako Ogata, se dirigiu aos Governos, sobre refugiados e assuntos
humanitários estando igualmente presentes a Comissária da
UE, Dra. Emma Bonino e outros oradores.
A antiga funcionária do ACNUR e consultora jurídica do
CPR, Dra. Susana Amador, também Coordenadora em Portugal do ELENA,
participou pela primeira vez, como consultora jurídica do Grupo
Parlamentar do Partido Socialista. Participou também pela primeira
vez o Assessor do Secretário de Estado Adjunto da Administração
Interna do novo Governo eleito no princípio de Novembro, Dr. Carlos
Brito e Coordenador do Grupo de Trabalho para a elaboração
da nova proposta legislativa em 1996.
Esta reunião terminou com um almoço de Natal e Fim do
Ano na residência da Dra. Luise Drüke.
9. 31 de Janeiro de 1996 (Delegação Lisboa)
Esta reunião centrou-se na preparação para a Audição
Parlamentar agendada para 26 de Fevereiro de 1996, na Assembleia da República
Portuguesa. Participaram, pela primeira vez, o então Deputado da
Assembleia, Dr. José Leitão e representantes do Ministério
dos Negócios Estrangeiros (a Secretária de Estado dos Assuntos
Europeus, Dra. Regina Lima e dos Assuntos Consulares, Dra. Luísa
Palma).
Além da distribuição e análise de um projecto
de posição conjunta sobre propostas para revisão da
Lei de Asilo portuguesa, foram discutidos outros assuntos, nomeadamente
o programa de trabalho da Presidência Italiana da UE sobre Justiça
e Assuntos Internos durante o primeiro semestre de 1996, a implementação
do Acordo de Schengen e do Anexo 7 do Acordo de Dayton sobre refugiados
e pessoas deslocadas na Bósnia-Herzegovina. Foi aprovado, após
vários meses de consultas, o documento com informações
destinadas aos requerentes de asilo em Portugal, um documento tripartido
entre o Governo, o ACNUR e as ONGs que trabalham nesta área. Incluída
no Anexo 2 uma versão revista.
10. 14 de Fevereiro de 1996 (Delegação Lisboa)
Na última reunião preparatória para a Audição
Parlamentar foi acordada a posição comum das ONGs, ACNUR
e autoridades sobre a revisão da Lei de Asilo. Esta Posição
Conjunta, elaborada pelo ACNUR, após consulta às autoridades
competentes e em colaboração com o CPR e o apoio das ONGs
envolvidas nesta área, foi aprovada na Audição Parlamentar
sobre a Situação dos Refugiados em Portugal que teve lugar
em 26 de Fevereiro de 1996. Cfr. Compilação da Audição
Parlamentar sobre a Situação dos Refugiados no Mundo,
de 24 de Outubro de 1996.
11. 26 de Fevereiro de 1996 (Assembleia da República)
A Audição Parlamentar de 26 de Fevereiro foi organizada
pela Assembleia da República - Comissão de Assuntos Constitucionais,
Direitos, Liberdades e Garantias, em cooperação com o ACNUR,
e dela resultou, surpreendentemente, uma grande concordância por
parte de todos os grupos políticos (PS, PDS, PP, PCP), assim como
dos oradores governamentais e não governamentais, a favor da revisão
da lei e do apoio social. O Presidente da Assembleia da República,
Dr. Almeida Santos, abriu a sessão propiciando um amplo consenso
político favorável à revisão e o Secretário
de Estado, Dr. Luís Filipe Amado, nas suas palavras de encerramento
informou da intenção do Governo de começar imediatamente
a atacar as questões prioritárias, nomeadamente o apoio social
de emergência para os requerentes de asilo (Anexo 4 - Despacho
nº 5-I/SESS/96 do Secretário de Estado da Segurança
Social, de 21 de Fevereiro, sobre habitações sociais para
os requerentes de asilo, no quadro do acordo de cooperação
com o ACNUR e o Anexo 5 - Despacho 4/96 do Secretário de
Estado do Ministro da Administração Interna, de 20 de Março
de 1996, sobre a criação de um Grupo de Trabalho para elaboração
da proposta legislativa).
12. 22 de Março de 1996 (Delegação Lisboa)
Em seguimento ao despacho ministerial relativo ao acolhimento temporário
de requerentes de asilo e outras pessoas necessitando de protecção,
e à Audição Parlamentar de 26 de Fevereiro de 1996,
esta reunião teve como objectivo analisar a questão do apoio
social aos requerentes de asilo em Portugal. Pela primeira vez, o Ministério
da Solidariedade e Segurança Social fez-se representar através
de quadros superiores. O Presidente do Centro Regional de Segurança
Social, Dr. Ribeiro Castro, presidiu conjuntamente com o ACNUR o debate
donde saíram importantes resultados, nomeadamente: (a) troca de
experiências decorrentes dos 10 anos de funcionamento do centro de
acolhimento durante os anos 80, ou seja: (i) distinção clara
entre as categorias de beneficiários, (ii) determinação
clara dos prazos em que os beneficiários poderiam ser alojados/apoiados,
(iii) determinação clara das funções desempenhadas
pelas entidades governamentais e não governamentais envolvidas no
processo. No que se refere à situação actual, os participantes
puderam ouvir os testemunhos e as conclusões tiradas, designadamente
da Cáritas, Obra Católica Portuguesa das Migrações,
AMI, ACNUR e outros. Assim, no que se refere ao apoio social, sugeriu-se:
a) A constituição de uma comissão interministerial
para determinar um instrumento normativo sobre a definição
das responsabilidades nas diferentes fases do processo de asilo e sobre
as consequências das decisões, b) A elaboração
de protocolos multilaterais estipulando responsabilidades em estreita cooperação
com o ACNUR e ONGs. No respeitante à revisão da lei, o Dr.
Carlos Brito anunciou a constituição do Grupo de Trabalho
para preparação da proposta legislativa, composto por membros
do Ministério da Administração Interna (Coordenador),
SEF (autoridades de Imigração), Alto Comissariado para a
Imigração e Minorias Étnicas, Comissário Nacional
para os Refugiados e CPR, em estreita cooperação com o ACNUR.
Participou pela primeira vez, um representante do Gabinete de Documentação
e Direito Comparativo da Procuradoria Geral da República, tendo
elaborado um extenso relatório sobre a reunião PARinAC de
22 de Março de 1996 (disponível a pedido).
13. 29 de Abril de 1996 (Assembleia da República)
Esta foi a primeira reunião PARinAC que teve lugar na Assembleia
da República, tendo procedido à sua abertura o Presidente
da Assembleia da República, Dr. Almeida Santos. Aí se debateram
várias propostas para a revisão da Lei de Asilo e do Terceiro
Pilar do Tratado da UE (asilo, imigração, passagem das fronteiras
externas). A aplicação do Acordo de Schengen de 1990 foi
revista no contexto da CIG 1996 (com base nos artigos 35º da Convenção
de Genebra relativa ao Estatuto dos Refugiados sobre a cooperação
entre Governos e o ACNUR na aplicação das suas disposições;
no artigo K.2 do Tratado da União Europeia5
e no artigo 28º da Convenção de Aplicação
de Schengen sobre a cooperação entre Governos e o ACNUR na
aplicação das disposições no que se refere
à Convenção de Genebra e à protecção
dos refugiados).
14. 12 de Julho de 1996 (Delegação Lisboa)
Esta reunião teve lugar nas instalações do ACNUR
em Lisboa para analisar os desenvolvimentos na UE/Schengen/ Ex-Jugoslávia
e Portugal durante o primeiro semestre de 1996. Foi também analisado
o plano do Governo Português para revisão da Lei de Asilo
e apoio social aos refugiados antes do início das férias
de Verão.
15. 24 de Outubro de 1996 (Assembleia da República)
Esta reunião centrou-se sobretudo na análise da evolução
do processo para a revisão do Tratado da UE e o processo legislativo
para revisão da Lei de Asilo 70/93; procedeu-se ao lançamento
da Compilação da Audição Parlamentar sobre
a Situação dos Refugiados em Portugal, de 26 de Fevereiro
de 1997 e da Colectânea de Estudos e Documentação
sobre Refugiados, Vol. I, preparada e publicada pelo ACNUR Lisboa,
também disponíveis em CD-ROM e na Internet (http://www.cidadevirtual.pt/acnur).
A segunda parte da reunião foi co-presidida pelo Secretário
de Estado para os Assuntos Europeus, Dr. Seixas da Costa, estando presente
um grande número de altos funcionários do Governo, outras
ONGs e profissionais ligados ao direito de asilo. A Dra. Ana Gomes, então
Chefe de Gabinete do Secretário de Estado para os Assuntos Europeus,
também esteve presente, tendo acabado de chegar de Nova Iorque,
onde Portugal tinha sido votado para o Conselho Europeu como membro não
permanente por 124 Estados da Comunidade Internacional. Além disso,
o Dr. Wolf Kerll, responsável, entre outros, pelos assuntos humanitários
no Ministério dos Negócios Estrangeiros, participou activamente
nesta reunião, tal como nos anteriores e subsequentes. No fim da
sessão e para festejar o Dia das Nações Unidas no
quadro do espírito PARinAC, foi oferecido um Vin d'Honneur a
todos os participantes.
16. 8 de Abril de 1997 (Hotel Sheraton, Lisboa)
Esta reunião foi organizada por ocasião da vinda do Chefe
de Divisão para a Europa Ocidental e do Norte, Dr. Thomas Birath
e o Chefe do Departamento Jurídico para a Europa Ocidental, Dr.
Antonio Fortin, da Sede do ACNUR, tendo os seguintes objectivos: falar
sobre programas e protecção na Europa Ocidental; analisar
os desenvolvimentos em matéria de asilo nos contextos intergovernamental,
não governamental, UE/Schengen; analisar a situação
dos refugiados e requerentes de asilo em Portugal na preparação
da revisão da Lei de Asilo e questões relacionadas. Após
a sessão, o ACNUR ofereceu um Porto de Honra aos participantes.
17. 3 de Julho de 1997 (Assembleia da República)
Esta reunião, co-presidida pelo Alto Comissário para
a Imigração e Minorias Étnicas, Dr. José Leitão,
centrou-se na discussão da Proposta de Lei N1 97/VII de 15 de Maio
de 1997. Foi efectuada no seguimento do Workshop sobre o Novo Regime
de Asilo em Portugal em 30 de Maio de 1997, organizado pelo ACNUR e
pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra . O Coordenador Nacional
para os Assuntos de Livre Circulação de Pessoas no Espaço
Europeu, Dr. Nuno Piçarra, apresentou os principais resultados da
Presidência Portuguesa de Schengen, da Presidência Holandesa
da UE e da CIG 1996. O responsável pelo Subgrupo de Asilo durante
a Presidência Portuguesa de Schengen, Chefe da Delegação
Portuguesa na UE - grupo de trabalho de asilo e Chefe da Divisão
de Refugiados do SEF, Dr. Jorge Portas, fez um sumário de questões
relativas aos refugiados. Participaram nesta reunião dois colegas
do ACNUR, Roberto Casabuena e Leila Lima, que falaram do seu trabalho no
Ruanda e na Guatemala, respectivamente.
18. 19 de Setembro de 1997 (Assembleia da República)
Esta reunião que irá ser co-presidida pela Dra. Clarinda
de Sousa do Ministério da Administração Interna a
Dra. Maria Manuel Godinho do Ministério da Solidariedade e Segurança
Social irá centrar-se na elaboração de medidas para
implementação das disposições sobre o apoio
social que entrarão em vigor após a aprovação
na Assembleia da República da Proposta Legislativa 97/VII, de 15
de Maio, e em dar continuidade à discussão sobre a revisão
do regime de asilo.
Será apresentada a publicação O Novo Regime
de Asilo em Portugal, cujas primeira e segunda partes são o
registo do Workshop em Coimbra de 30 de Maio de 1997, organizado
conjuntamente pela Universidade de Coimbra e pelo ACNUR, constituindo as
partes restantes uma recolha de trabalhos de 1995-9/97, e que brevemente
estará também disponível em CD-ROM e na Internet.
Além disso, prevê-se que o Chefe da Divisão de Refugiados
do SEF, Dr. Jorge Portas, possa dar uma breve perspectiva do programa de
trabalho da Presidência Luxemburguesa da UE e da Presidência
Holandesa de Schengen, assim como da aplicação da Convenção
de Dublim após 1 de Setembro de 1997, data em que esta Convenção
substituiu as disposições relevantes da Convenção
de Aplicação de Schengen.
No final da sessão, será servido um Vin d'Honneur,
a que se associará o Secretário de Estado da Administração
Interna, Dr. Luís Filipe Amado, para agradecer aos participantes
PARinAC a boa cooperação ao longo dos últimos três
anos, no momento em que a Dra. Luise Drüke cessa as suas funções
e introduz o seu sucessor, Dr. Carlos Rodriguez.
CONCLUSÃO
O processo PARinAC em Portugal revelou-se um mecanismo útil
na troca de informação e de consultas entre os actores relevantes
na área dos refugiados aos níveis nacional, europeu e internacional,
lançando as bases, nomeadamente para a revisão da lei de
asilo, preparação do novo sistema de apoio social aos requerentes
de asilo e refugiados e por último, mas não menos importante,
para um ambiente de trabalho mais transparente e construtivo e de cooperação
entre todos.
1 |
Ver no Anexo 1 a lista completa de reuniões, seminários
e workshops realizados de 1995 a 1997 |
2 |
Todas as reuniões foram presididas pela Representante
do ACNUR em Portugal, Dra. Luise Drüke, desde o início de 1995
até Setembro de 1997. Alguns dos principais eventos foram co-presididos
por outras entidades, nomeadamente o Secretário de Estado da Administração
Interna, Dr. Carlos Encarnação (Junho/95); Presidente do
Centro Regional de Segurança Social, Dr. Ribeiro Castro (Março/96);
Presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades
e Garantias da Assembleia da República, Dr. Alberto Martins e o
Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Dr. Seixas da Costa
(Outubro/96); Alto Comissário para a Imigração e Minorias
Étnicas, Dr. José Leitão (Julho/97) e a Coordenadora
do Grupo de Trabalho para elaboração de medidas administrativas
para implementação das disposições de apoio
social da futura lei de asilo, Dra. Clarinda de Sousa, assim como a responsável
pelo apoio social aos refugiados e requerentes de asilo, Dra. Inês
Cordovil, Assistente do Ministro da Solidariedade e Segurança Social,
Dr. Ferro Rodrigues. |
3 |
Agradece-se reconhecidamente o amável acolhimento
e o apoio prestado em algumas destas sessões pela Fundação
Calouste Gulbenkian, Cruz Vermelha Portuguesa, Presidente da Assembleia
da República e Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos,
Liberdades e Garantias e o Hotel Sheraton, bem como a boa cooperação
das equipas respectivas. |
4 |
Resolução relativa aos pedidos de
asilo manifestamente infundados, Resolução relativa a uma
abordagem harmonizada das questões referentes aos países
terceiros de acolhimento e Conclusões sobre os países onde,
em geral, não se verificam graves riscos de perseguição,
Londres, Dezembro de 1992; bem como a Resolução relativa
às Garantias Mínimas dos Processos de Asilo, Junho de 1995. |
5 |
Artigo K.2
1. As questões a que se refere o artigo K.1 serão
tratadas no âmbito da Convenção Europeia de Salvaguarda
dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, assinada em Roma em
4 de Novembro de 1950, e da Convenção Relativa ao Estatuto
dos Refugiados, assinada em Genebra em 28 de Julho de 1951, e tendo em
conta a protecção concedida pelos Estados-membros às
pessoas perseguidas por motivos políticos.
2. O presente Título não prejudica o exercício
das responsabilidades que incumbe aos Estados-membros em matéria
de manutenção da ordem pública e de garantia da segurança
interna.
|